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Endividamento das famílias atinge novo recorde no Brasil

Endividamento das famílias atinge novo recorde no Brasil
Resumo
  • Endividamento das famílias atinge 78,4% em julho de 2025, maior nível desde 2010.
  • Comprometimento da renda com dívidas chega a 48,6%, segundo o Banco Central.
  • Alta dos juros e renda estagnada elevam o risco de inadimplência e restringem o crédito.
  • Programas como o Desenrola Brasil e ajustes salariais serão decisivos nos próximos meses.
  • Momento pede cautela: priorizar dívidas caras e reorganizar o orçamento evita novos atrasos.

Endividamento das famílias atinge novo recorde e pressiona crédito no país

O comprometimento de renda das famílias brasileiras com dívidas chegou ao maior nível desde o início da série histórica, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). O avanço pressiona o consumo e mantém o crédito mais caro e restrito.

Endividamento recorde e inadimplência em alta

De acordo com o Banco Central, o comprometimento médio da renda com dívidas atingiu 48,6 % em julho de 2025, alta contínua desde o início do ano. (Banco Central do Brasil)

Levantamento da CNC mostra que 78,4 % das famílias declararam ter dívidas, e 29,5 % estão em atraso. É o maior índice desde 2010. A entidade atribui o resultado ao crédito rotativo, inflação de serviços e estagnação da renda. (CNC – PEIC, jul/2025)

Crédito mais caro e consumo em retração

Com a Selic ainda em patamar elevado, bancos adotam critérios mais rígidos para aprovar financiamentos e cartões. O custo total do crédito (CET) subiu, especialmente em linhas sem garantia, como o rotativo e o cheque especial.

“Há uma combinação de juros altos, renda estagnada e pouca margem para absorver imprevistos”, diz trecho do Relatório de Estabilidade Financeira do BC. O documento também cita aumento no risco de crédito entre famílias de baixa renda e autônomos. (Relatório de Estabilidade Financeira, 1º semestre/2025)

O que acompanhar nos próximos meses

Entre os pontos de atenção para o segundo semestre estão:

  • Taxa de inadimplência: tende a continuar em alta até que o custo do crédito recue.
  • Renda real: reajustes salariais e moderação inflacionária podem aliviar a pressão sobre o orçamento.
  • Programas públicos: o desempenho do Desenrola Brasil e novas políticas de renegociação indicam a capacidade de recuperação das famílias.

Um ciclo que exige reorganização

O recorde de endividamento reforça um padrão conhecido na economia brasileira: períodos longos de juros altos e crédito caro reduzem o consumo e elevam o risco de inadimplência. O desafio agora é equilibrar a política monetária e preservar o poder de compra.

Para o consumidor, o momento é de cautela. Ajustar o orçamento e priorizar dívidas com juros mais altos pode evitar que o endividamento vire um problema estrutural.

Fontes: Banco Central (Estatísticas Monetárias e de Crédito, jul/2025), CNC (PEIC, jul/2025), Relatório de Estabilidade Financeira (1º sem/2025).

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