Resumo
- A inflação dos serviços subiu acima do esperado em setembro, segundo IBGE e FGV.
- O avanço reforça a possibilidade de atraso nos cortes da Selic pelo Banco Central.
- O IF-FGV acumulou 4,2% em 12 meses, e o componente de serviços do IPCA variou 0,55% no mês.
- Custos regulatórios e reajustes salariais pressionam o setor e mantêm a inflação resistente.
- Analistas consideram improvável um novo corte na Selic na reunião do Copom de 4 e 5 de novembro.
Inflação de serviços sobe mais que esperado e complica corte da Selic
A inflação dos serviços registrou alta acima do esperado em setembro, segundo dados do IBGE e da FGV — movimento que reforça a pressão para postergar cortes na Selic. O fenômeno reflete repasses de custos e fragilidade na renda.
Entenda a inflação de serviços
Ao falar em “inflação de serviços”, referimo-nos ao aumento de preços em atividades como ensino, transporte, planos de saúde, telecomunicações e refeições. Não é um item homogêneo: custos de mão de obra, tarifas e contratos fixos dominam esse segmento.
No Brasil, o IBGE mede os preços de serviços dentro do IPCA. Já a FGV calcula um índice exclusivo para serviços — o IF-FGV — capturando variações mensais específicas. Esses índices ajudam a entender como esse setor pressiona o conjunto da inflação.
Altas recentes que chamam atenção
O IF-FGV exibe crescimento de 0,48 % em setembro, acumulando 4,2 % em 12 meses, acima das projeções iniciais. (FGV – dados serviços)
Complementando, o IPCA divulgou que o componente “serviços” variou 0,55 % no mês. (IBGE – IPCA)
Por que isso complica cortes na Selic
Quando os preços de serviços sobem persistentemente, o BC precisa considerar o risco de inflação ancorada. Mesmo com pressão menor em bens industriais, o serviço “pega carona” nos reajustes e reduz o espaço de manobra.
No Relatório de Estabilidade Financeira, o BC apontou que custos regulatórios, aumento salarial e tarifas elevadas estão entre os vetores que alimentam o risco estrutural. (Relatório REF – BCB)
Indicadores para acompanhar
Alguns parâmetros merecem atenção especial:
- Componente serviços do IPCA: acompanhar novembro e dezembro para ver se persistem reajustes.
- PIS/COFINS e reajustes regulatórios: custos adicionais em energia, saneamento e telecom afetam o preço do serviço.
- Projeções de mercado e ata do Copom: novas estimativas de inflação e sinalizações da autoridade monetária sobre cortes.
Cenário e expectativas futuras
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 4 e 5 de novembro de 2025. Analistas já adiantam: um corte imediato é visto como improvável diante da persistência da inflação de serviços. (Torre Investimentos – calendário Copom)
Empresas de serviço começam a repassar custos fixos como energia e tributos. Para o consumidor, a consequência é soma de parcelas menores e contas mais elevadas — especialmente em categorias fixas.
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Fontes citadas: FGV (dados serviços, set/2025), IBGE (IPCA set/2025), Relatório de Estabilidade Financeira BCB, calendário Copom 2025.






