Resumo da notícia
- O Ibovespa fechou em 150.454 pontos, alta de 0,61%, renovando recorde nominal e completando a nona alta seguida, após máxima intradiária próxima de 150.761 pontos.
- O índice já acumula mais de 24% de valorização em 2025, com pregão em torno de R$ 21 bilhões e apoio de bancos e Petrobras, em sintonia com altas de S&P 500 e Nasdaq.
- O dólar comercial caiu 0,42% e fechou em R$ 5,357, enquanto o euro recuou para cerca de R$ 6,17, colocando o real entre as moedas de melhor desempenho do dia.
- Os juros futuros subiram levemente, refletindo a alta dos Treasuries e a cautela antes da reunião do Copom, em que o mercado espera a manutenção da Selic em 15% ao ano.
O que aconteceu com a Bolsa nesta segunda
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, renovou o topo histórico ao fechar o dia em 150.454 pontos, após chegar a tocar cerca de 150.761 pontos no intradia. Foi a nona alta consecutiva, em um movimento que consolida a trajetória positiva iniciada em outubro e que colocou o índice acumulando mais de 24% de valorização em 2025.
O volume financeiro do pregão girou em torno de R$ 21 bilhões, com destaque para ações de bancos e de Petrobras, que voltaram a liderar parte dos ganhos do dia e ajudaram o índice a superar o patamar simbólico dos 150 mil pontos, em linha com o que também foi relatado nos mercados ao vivo de referência.
No exterior, S&P 500 e Nasdaq encerraram em alta moderada, apoiados em empresas de tecnologia, enquanto o Dow Jones destoou e fechou no campo negativo, refletindo desempenho mais fraco de alguns componentes específicos da carteira industrial.
Como ficaram dólar e juros futuros
No câmbio, o dólar comercial encerrou a sessão em R$ 5,357, queda de 0,42% no mercado à vista, em movimento que descolou de parte das moedas emergentes e colocou o real entre as divisas com melhor desempenho do dia. O euro também recuou e terminou negociado em torno de R$ 6,17, reforçando o peso de fatores domésticos no pregão.
Na curva de juros, os principais contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam com leve alta, em linha com o avanço das taxas dos Treasuries americanos. O DI para janeiro de 2027 encerrou perto de 13,88% ao ano, o de janeiro de 2029 ao redor de 13,08% e o de janeiro de 2031 em aproximadamente 13,38%, em um dia de baixa liquidez e postura cautelosa às vésperas da decisão do Copom.
A expectativa prevalente no mercado é de manutenção da Selic em 15% ao ano na reunião desta quarta-feira, com atenção redobrada ao tom do comunicado e à sinalização para as próximas decisões.
Por que o Ibovespa rompeu os 150 mil pontos
Analistas apontam uma combinação de fatores locais e externos para explicar o avanço recente da Bolsa. De um lado, a perda de força do dólar no cenário global ajuda empresas exportadoras listadas na B3, ao mesmo tempo em que reduz parte das pressões inflacionárias. De outro, o mercado começa a enxergar maior consistência no quadro macroeconômico brasileiro, com inflação convergindo para a meta e resultados corporativos sustentando o apetite por risco.
A leitura de casas de análise é que, mesmo com um ambiente internacional ainda volátil, ativos ligados a commodities e energia seguem com potencial de valorização, em um contexto de crescimento global moderado e reprecificação de juros lá fora. O recorde da Bolsa, nesse sentido, é visto mais como um marco psicológico do que como um ponto final de ciclo.
Quem é mais impactado por essa movimentação
Para o investidor que já está posicionado em renda variável, a sequência de altas e o rompimento dos 150 mil pontos representam valorização importante da carteira, especialmente em papéis de bancos, petróleo, mineração e grandes exportadoras.
Para quem observa de fora, o novo recorde reforça a percepção de que a Bolsa responde a sinais de melhora de fundamentos, mas não elimina o caráter volátil e arriscado desse tipo de investimento. Movimentos rápidos de realização de lucros continuam possíveis, principalmente se o Copom ou o Federal Reserve adotarem discursos mais duros em relação à política de juros.
Na outra ponta, um dólar mais fraco tende a aliviar custos de importação, impactando empresas que dependem de insumos em moeda estrangeira e, indiretamente, o orçamento de famílias que viajam para o exterior ou consomem bens importados. Isso não significa, porém, repasses imediatos aos preços ao consumidor.
O que observar nas próximas decisões do Copom
A reunião do Comitê de Política Monetária desta semana é o principal ponto de atenção dos investidores. Mais do que a decisão em si, já amplamente precificada como manutenção da Selic, o foco estará em três pontos do comunicado:
- Diagnóstico da inflação: se o BC reforçar a leitura de convergência para a meta ou sinalizar novas preocupações.
- Projeções de atividade: como o Banco Central enxerga o crescimento para 2025 e 2026 e o impacto das condições financeiras atuais.
- Tom sobre o futuro dos juros: indicação de por quanto tempo a Selic pode permanecer no patamar atual e quais fatores poderiam destravar cortes no horizonte relevante.
Qualquer mudança relevante nesses vetores tende a repercutir de imediato sobre o Ibovespa, o dólar e a curva de juros, com possibilidade de correção parcial dos movimentos mais recentes, em especial após uma sequência longa de altas na Bolsa.
Como essa notícia se conecta ao seu planejamento financeiro
Recordes de Bolsa e oscilações de câmbio são informações relevantes, mas não substituem uma estratégia de longo prazo. Antes de tomar qualquer decisão com base em um único pregão, vale revisar a alocação de recursos, a reserva de emergência e o nível de risco adequado ao seu perfil.
Conteúdos como a nossa Trilha 4 Passos para organizar as finanças e o guia sobre como funciona o Ibovespa e os principais índices de ações ajudam a colocar esse tipo de notícia em perspectiva, sem perder o foco em objetivos concretos, como formação de patrimônio e proteção do orçamento.
Nota editorial
Este conteúdo tem caráter educacional e jornalístico. Não se trata de recomendação de investimento, compra ou venda de ativos financeiros.






