Resumo da notícia
- O Bitcoin voltou a ficar abaixo de US$ 100 mil no início de novembro de 2025, depois de renovar recordes acima de US$ 126 mil em outubro.
- A queda foi puxada por uma liquidação estimada em cerca de US$ 19 bilhões em posições alavancadas e por um movimento global de aversão a risco em ativos voláteis.
- Em reais, o BTC gira em torno de R$ 545 mil, com recuo próximo de 16% em 30 dias, mesmo ainda acumulando forte alta no ano.
- Analistas falam em “fadiga” depois da disparada de 2025 e monitoram faixas de suporte na região de US$ 100 mil, US$ 98 mil e abaixo disso.
- Para o pequeno investidor, o recado é reforçar fundamentos: nada de alavancagem em cripto, percentual limitado da carteira e decisões baseadas em planejamento, não em pânico.
O Bitcoin voltou a lembrar o mercado de que ainda é um ativo de altíssima volatilidade. Depois de renovar máximas históricas acima de US$ 126 mil em outubro de 2025, a criptomoeda caiu mais de 20% desde o pico e chegou a romper novamente o patamar psicológico de US$ 100 mil no início de novembro, em meio a uma onda de correção nas criptos.
No momento da última atualização deste texto, o BTC ronda a faixa de US$ 100 mil a US$ 102 mil e algo próximo de R$ 545 mil por unidade, ainda bem acima do início do ano, mas com boa parte dos ganhos recentes devolvidos em poucas sessões de negociação.
Para quem acompanha o Guia de Economia Pessoal, o interesse não é “adivinhar o fundo”, e sim entender o que está por trás dessa oscilação e como isso conversa com um plano financeiro mais amplo: reserva de emergência, dívida organizada e exposição controlada ao risco, como detalhado na Trilha 4 Passos.
Como está o preço do Bitcoin hoje
Desde o início de novembro, o Bitcoin vem alternando perdas e recuperações curtas, mas com uma direção geral de correção. Depois do rompimento dos US$ 100 mil em queda, o ativo entrou numa zona em que pequenos movimentos de fluxo geram variações expressivas em dólar e em real.
Em termos práticos, os números que ajudam a enxergar o contexto são:
- Recorde recente em 2025 na casa de US$ 126 mil por BTC;
- Queda de mais de 20% desde esse pico, em poucas semanas;
- Preço atual na faixa de US$ 100 mil a US$ 102 mil, com intraday chegando a níveis abaixo de US$ 100 mil;
- Conversão próxima de R$ 545 mil por BTC, com retração em torno de 15% a 20% em 30 dias, a depender da cotação usada.
Em reais, a percepção para o investidor brasileiro é a de uma correção forte, que ainda não apaga o movimento de alta no ano, mas muda o humor do mercado e reduz a sensação de que “só sobe”.
Quem é mais afetado pela queda agora
Apesar de todo o barulho, a queda não impacta todos da mesma forma. Em linhas gerais, os grupos mais expostos são:
- Traders alavancados em cripto: quem opera com derivativos, margem ou financiado tende a sentir primeiro, porque movimentos relativamente pequenos de preço forçam liquidações automáticas.
- Investidores que entraram perto do topo: quem comprou Bitcoin nas máximas recentes vê o patrimônio oscilar rapidamente e pode ficar tentado a vender no prejuízo.
- Perfis com carteira concentrada em cripto: falta de diversificação amplifica o impacto da queda no patrimônio total.
- Investidor emocional: quem não tem uma estratégia clara, nem percentual definido para ativos de risco, costuma reagir a manchetes e redes sociais, aumentando o risco de decisões precipitadas.
Já quem tem exposição menor, dentro de um plano mais amplo, tende a encarar correções como parte do jogo, e não como um “evento isolado”.
Como era o cenário antes da correção
Para entender o choque atual, é útil lembrar como estava o ambiente nas semanas anteriores:
- Bitcoin renovando máximas históricas, com forte narrativa de “ativo institucionalizado”, ETFs liberados e presença crescente em grandes carteiras globais;
- Alta expressiva em outras criptomoedas relevantes, com o mercado tratando o patamar de US$ 100 mil quase como “novo normal” de preço;
- Fluxos de entrada robustos em produtos ligados a BTC (fundos, ETFs e empresas com caixa alocado em criptos);
- Discurso de “perder o bonde” ganhando força em redes sociais e comunidades de investimento.
Esse tipo de ambiente costuma criar o que muitos analistas chamam de fadiga de alta: o ativo sobe demais, muito rápido, com bastante confiança de curto prazo. Qualquer surpresa negativa ou realização maior serve como gatilho para correções mais amplas.
O que derrubou o preço desta vez
Desta vez, a combinação de fatores foi pesada. Entre os pontos mais citados por analistas e casas de research estão:
- Liquidação bilionária de posições alavancadas: relatórios de mercado apontam uma liquidação na casa de US$ 19 bilhões em posições alavancadas ligadas a Bitcoin e outras criptomoedas ao longo das últimas semanas, o que força venda e intensifica a queda de preços.
- Correção após recordes históricos: depois do pico acima de US$ 126 mil, parte dos grandes investidores aproveitou para realizar lucro, gerando pressão vendedora adicional.
- Ambiente macro de maior aversão a risco: oscilações em bolsas de tecnologia, dúvidas sobre o ritmo de cortes de juros e receio com ativos considerados “de crescimento” levaram a um movimento de redução de risco na carteira.
- Noticiário negativo pontual em cripto: episódios de hacks, falhas em protocolos ou saques relevantes de ETFs de Bitcoin também colaboram para aumentar a percepção de risco no curto prazo.
Na prática, quando esses elementos acontecem ao mesmo tempo, o mercado sai de um cenário de euforia para um clima de cautela em questão de dias.
Quais níveis de preço o mercado está monitorando
Além do número “redondo” de US$ 100 mil, que tem peso psicológico, relatórios técnicos mencionam faixas de suporte importantes logo abaixo desse patamar. Alguns exemplos discutidos em análises recentes incluem:
- Região entre US$ 98 mil e US$ 100 mil: vista como uma primeira zona de defesa para quem ainda enxerga o movimento como correção dentro de uma tendência maior de alta;
- Faixa em torno de US$ 95 mil: apontada como próximo degrau se a pressão vendedora continuar e o suporte em 100 mil não se sustentar;
- Níveis mais abaixo, em torno de US$ 94 mil ou menos: mencionados em cenários de correção mais profunda, caso o fluxo vendedor persista.
Essas faixas não são promessas de onde o preço “vai parar”, e sim referências usadas por traders para tentar organizar cenários. O investidor de longo prazo precisa tomar cuidado para não confundir análise técnica com garantia de resultado.
O que isso significa para o investidor pessoa física
Para quem está começando ou tem pouco histórico com ativos voláteis, a queda recente do Bitcoin deixa alguns recados bem claros:
- Cripto não substitui reserva de emergência: antes de pensar em Bitcoin, o básico continua o mesmo – organizar orçamento, sair do vermelho e montar reserva, como mostramos na Trilha 4 Passos.
- Exposição deve ser limitada: em geral, especialistas em finanças pessoais sugerem que ativos de risco alto ocupem uma fatia pequena da carteira, especialmente para iniciantes.
- Horizonte de longo prazo é obrigatório: quem entra esperando ganhos rápidos tende a sofrer mais em movimentos de correção como o atual.
- Alavancagem aumenta o risco de forma desproporcional: operar com dinheiro emprestado ou derivativos em cripto é algo incompatível com a realidade da maioria dos pequenos investidores.
A queda recente não é, por si só, argumento definitivo para “fugir” ou “dobrar a aposta”. Ela é, principalmente, um lembrete de que decisões em ativos voláteis precisam estar conectadas a um planejamento financeiro mais amplo.
O que fazer (e o que evitar) em momentos de forte queda
Quando manchetes apontam quedas expressivas, é natural que a primeira reação seja emocional. Mas o impacto no longo prazo costuma depender mais das atitudes tomadas nesses momentos do que da oscilação em si. Alguns princípios práticos:
- Evitar decisões impulsivas: não vender tudo necessariamente é tão importante quanto não comprar demais em busca de “promoção”.
- Reavaliar a porcentagem de cripto na carteira: se o peso de Bitcoin ficou maior do que você gostaria, a queda pode ser momento para ajustar, e não para abandonar o plano.
- Reforçar o colchão de liquidez: quem atravessa períodos de volatilidade com reserva de emergência bem montada tem mais liberdade para decidir com calma.
- Voltar ao plano original: revisar objetivos, prazos e metas financeiras ajuda a recolocar a oscilação de curto prazo no devido lugar.
Se a sua estratégia nunca foi formalizada, a própria correção pode servir de gatilho para montar um plano de ação estruturado, em vez de seguir apenas sinais de curto prazo.
Veja alguns dados do Bitcoin
- Faixa de preço recente em dólar: entre cerca de US$ 99 mil e US$ 104 mil ao longo dos últimos dias.
- Preço atual aproximado em dólar: por volta de US$ 100 mil a US$ 102 mil, sujeito a variações de mercado em tempo real.
- Preço atual aproximado em reais: em torno de R$ 540 mil a R$ 550 mil por BTC, considerando principais corretoras que operam no Brasil.
- Variação recente: recuo de cerca de 15% a 20% em relação à máxima histórica registrada em outubro de 2025.
- Última atualização deste texto: 8 de novembro de 2025 (cotação sujeita a alterações após esta data).
- Cotação em tempo real: consulte plataformas como CoinGecko, CoinMarketCap ou a corretora que você utiliza para verificar o valor mais recente.
FAQ rápido sobre a queda do Bitcoin
O Bitcoin vai continuar caindo?
Não existe resposta certa. Relatórios de mercado apontam cenários em que a região de US$ 100 mil serve de suporte e outros em que o preço poderia testar faixas mais baixas. Para o investidor pessoa física, o ponto mais importante é ter clareza sobre quanto risco pode assumir, em vez de tentar prever o próximo movimento de curto prazo.
É um bom momento para comprar Bitcoin depois da queda?
Isso depende totalmente do seu plano financeiro, do seu perfil de risco e do percentual da carteira que você está disposto a alocar em cripto. O Guia de Economia Pessoal trata esse tipo de decisão como parte de uma estratégia mais ampla, e não como uma “dica de momento”.
Vale a pena vender tudo para evitar novas perdas?
Vender apenas por pânico tende a cristalizar prejuízos. Antes de qualquer movimento, faz sentido revisar sua estratégia, seu horizonte de tempo e a importância do dinheiro investido para objetivos de curto prazo (como aluguel, contas e dívidas prioritárias).
O que a queda do Bitcoin ensina sobre finanças pessoais?
Que retornos altos quase sempre vêm acompanhados de volatilidade alta. E que construir uma base sólida – reserva, dívidas organizadas, metas claras – reduz a chance de uma oscilação de mercado comprometer toda a sua vida financeira. Para isso, conteúdos como a orientação sobre negociação de dívidas e a própria Trilha 4 Passos ajudam a estruturar o plano antes de pensar em ativos de risco.
Nota editorial do Guia de Economia Pessoal
Este conteúdo tem caráter exclusivamente educativo e jornalístico. O Guia de Economia Pessoal não faz recomendações individuais de compra ou venda de ativos financeiros, incluindo criptomoedas como o Bitcoin.
As informações aqui apresentadas têm como base dados de mercado, casas de análise e veículos especializados consultados na data de atualização do texto. Cotações e cenário podem mudar rapidamente, especialmente em ativos de alta volatilidade.
Antes de investir, avalie sua situação financeira, seus objetivos, seu perfil de risco e, se necessário, busque orientação profissional independente. Nenhuma rentabilidade passada é garantia de resultados futuros.






