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Queda nas vendas de bens duráveis pode indicar freio no crédito

Queda nas vendas de bens duráveis pode indicar freio no crédito
Resumo
  • Vendas de bens duráveis caíram 3,8% no trimestre encerrado em setembro, segundo o IBGE.
  • Consumo enfraquece diante de juros altos e endividamento recorde das famílias.
  • Setor de eletrodomésticos recuou 4,2%; veículos cresceram só 0,9% com promoções pontuais.
  • Crédito ao consumo caiu 2,5%, e a confiança do consumidor segue em queda.
  • Especialistas apontam que apenas cortes consistentes da Selic e melhora da renda podem reaquecer o mercado.

Queda nas vendas de bens duráveis pode indicar freio no crédito

As vendas de bens duráveis — como eletrodomésticos, móveis e automóveis — caíram 3,8 % no trimestre encerrado em setembro, segundo dados do IBGE. O recuo sugere perda de fôlego do consumo e confirma o impacto prolongado dos juros altos e do endividamento recorde das famílias.

Vendas em retração e crédito contido

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE mostrou queda generalizada nas vendas de bens duráveis em praticamente todos os estados. O setor de eletrodomésticos recuou 4,2 %, enquanto o de veículos cresceu apenas 0,9 % com base em promoções pontuais. (IBGE – PMC set/2025)

Segundo a FecomercioSP, o consumidor médio está mais cauteloso: evita parcelamentos longos e concentra gastos em itens essenciais. O volume de crédito ao consumo caiu 2,5 % em termos reais. (FecomercioSP)

Fatores que explicam a desaceleração

Entre os fatores que sustentam essa tendência estão:

  • Juros elevados: mesmo com expectativas de cortes, o custo do financiamento ainda é alto para prazos longos.
  • Endividamento elevado: com 78 % das famílias endividadas, segundo a CNC, sobra pouca margem para novas compras.
  • Renda contida: reajustes salariais abaixo da inflação de serviços limitam o consumo de maior valor.

Impacto sobre o varejo e a indústria

A queda nas vendas de bens duráveis afeta toda a cadeia. Indústrias reduzem estoques e postergam contratações, enquanto o varejo aposta em liquidações para girar capital. Economistas apontam que, sem melhora na confiança, o quarto trimestre deve seguir com ritmo lento.

O Índice de Confiança do Consumidor (FGV) caiu pelo segundo mês seguido, refletindo cautela em relação ao emprego e ao crédito. (FGV – ICC set/2025)

O que pode mudar o cenário

Para especialistas, apenas a combinação de queda consistente da Selic e retomada gradual da renda real pode reaquecer o mercado. Até lá, o consumidor deve seguir priorizando estabilidade em vez de novas dívidas.

Em nota, a CNC resume: “As famílias estão postergando decisões de longo prazo em favor da previsibilidade de curto prazo”.

Fontes: IBGE (PMC set/2025), FecomercioSP, FGV (ICC set/2025), CNC (out/2025).

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