Resumo da notícia
- O dólar à vista caiu 0,62% e fechou a R$ 5,2746 na venda, menor cotação desde junho de 2024.
- Foi a quinta sessão consecutiva de baixa da moeda americana frente ao real.
- No ano, o dólar acumula queda próxima de 14,5% em relação ao real.
- O movimento acompanha a desvalorização global da moeda dos EUA e o maior apetite por risco.
- Inflação abaixo do esperado e ata do Copom mais branda reforçaram o fluxo para bolsa e renda fixa.
- O Ibovespa voltou a bater recorde histórico, acima de 157 mil pontos, com entrada de capital estrangeiro.
O dólar à vista recuou 0,62% nesta terça-feira (11) e fechou a R$ 5,2746 na venda, no menor patamar desde junho de 2024. A queda foi puxada pela combinação de cenário externo mais favorável, dados de inflação abaixo do esperado no Brasil e forte apetite por ativos de risco, que levou o Ibovespa a renovar recordes.
Como foi o fechamento do dólar hoje
O dólar à vista encerrou o dia em baixa de 0,62%, cotado a R$ 5,2746 na venda. É o menor valor de fechamento desde o início de junho de 2024, quando a moeda chegou a ser negociada pouco acima de R$ 5,24. Foi também a quinta queda consecutiva da divisa frente ao real, consolidando um movimento de alívio depois de meses de volatilidade.
No acumulado de 2025, o dólar já registra queda em torno de 14,5% em relação ao real, ajudado pela melhora do ambiente externo, pela visão mais benigna de inflação no Brasil e pela percepção de que o país pode se beneficiar de um ciclo de juros ainda elevados, mas em trajetória de queda.
No mercado futuro, os contratos com vencimento em dezembro também fecharam em baixa, refletindo a mesma leitura de menor pressão cambial no curto prazo.
O que acontece no cenário externo
A queda do dólar no Brasil não acontece isoladamente. A moeda americana vem se desvalorizando frente a várias divisas emergentes e de países desenvolvidos, em meio à expectativa de um ajuste de política fiscal nos Estados Unidos e a sinais de desaceleração do mercado de trabalho americano.
Com menor percepção de risco de uma alta adicional dos juros nos EUA e a perspectiva de fim de impasses fiscais, investidores globais voltam a buscar ativos considerados de maior risco, como ações e títulos de países emergentes. Nesse movimento, o fluxo de capital migra parte dos recursos que estavam estacionados em dólar para bolsas, renda fixa e moedas de países como o Brasil.
O resultado é um ambiente externo de dólar mais fraco, que ajuda a explicar por que o real tem se valorizado mesmo com um quadro doméstico ainda desafiador.
Inflação, Copom e juros no Brasil
No lado doméstico, dois fatores pesaram a favor do real: os dados de inflação de outubro, abaixo das projeções de parte do mercado, e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) com tom um pouco menos duro em relação aos riscos inflacionários.
Uma inflação mais comportada, combinada com a indicação de que o Banco Central pode iniciar um ciclo de cortes da Selic em 2026, reduz o prêmio de risco exigido pelos investidores e melhora a percepção sobre o equilíbrio de médio prazo da economia brasileira.
Ao mesmo tempo, os juros ainda elevados em termos reais mantêm o país relativamente atrativo para investidores estrangeiros que buscam rendimento em títulos públicos e privados. Esse fluxo ajuda a sustentar o real, mesmo em momentos de volatilidade global.
Recorde do Ibovespa e fluxo para ativos brasileiros
A sessão desta terça-feira também foi marcada por um novo recorde do Ibovespa, que superou a marca de 157 mil pontos em fechamento e engatou uma sequência histórica de altas. O movimento reflete o apetite por risco em bolsas brasileiras e a entrada de capital estrangeiro.
Quando o investidor internacional aumenta a exposição a ações e renda fixa no Brasil, normalmente precisa comprar reais para aplicar no mercado local. Esse movimento de compra de moeda doméstica e venda de dólares contribui para a queda da cotação.
A leitura combinada é de um mercado que ajusta posições depois de meses de incerteza, aproveitando tanto o cenário externo menos tenso quanto a percepção de que os ativos brasileiros ficaram relativamente descontados.
O que essa cotação significa no dia a dia
A queda do dólar para a casa de R$ 5,27 ainda está longe de eliminar a pressão sobre preços ligados ao câmbio, mas traz algum alívio marginal para:
- viagens internacionais, passagens aéreas e hospedagem em moeda estrangeira;
- importados, como eletrônicos, alguns alimentos e bens duráveis;
- empresas endividadas em dólar, que veem o valor da dívida em reais diminuir na margem.
Para a maior parte das famílias, o efeito imediato ainda é discreto. O impacto mais relevante aparece quando movimentos de câmbio como esse se mantêm por mais tempo e se combinam com inflação mais baixa e juros em queda, abrindo espaço para reduzir o peso do financiamento no orçamento.
Nessas horas faz diferença ter um plano claro de uso do dinheiro. Estruturas como a Trilha 4 Passos do Guia de Economia Pessoal ajudam a encaixar decisões de câmbio, reserva e dívidas dentro de uma estratégia maior, e não apenas como reação ao “dólar do dia”.
Resumo do câmbio hoje
- Cotação de fechamento: R$ 5,2746 (dólar à vista, venda).
- Variação no dia: queda de 0,62%.
- Menor nível desde: junho de 2024.
- Sequência recente: quinta baixa consecutiva frente ao real.
- Acumulado em 2025: desvalorização de cerca de 14,5% em relação ao real.
- Contexto: dólar mais fraco no mundo, inflação brasileira abaixo do esperado e Ibovespa em recorde histórico.
Nota editorial: Este conteúdo tem caráter informativo e educativo e não constitui recomendação de compra ou venda de ativos financeiros. Decisões de investimento devem considerar o perfil de risco de cada pessoa e, quando necessário, contar com orientação profissional independente.






