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Pensando em fazer empréstimo: você precisa saber disso antes

Pensando em fazer empréstimo: você precisa saber disso antes
Resumo rápido
  • Entenda os riscos e alternativas antes de fazer empréstimo.
  • Aprenda a identificar armadilhas em empréstimo para negativado.
  • Descubra como renegociar dívidas com segurança e consciência financeira.
  • Inclui insights de Richard Thaler e Daniel Kahneman, ganhadores do Prêmio Nobel de Economia.

Pensando em fazer empréstimo: o que você precisa saber antes

Se você está considerando fazer empréstimo, é provável que a pressão financeira já esteja alta. Contas vencidas, dívidas antigas e limites estourados fazem parecer que o crédito é a única saída. Mas, como mostram os dados e os estudos mais recentes, essa decisão pode aliviar o momento — ou aprofundar o problema.

O que dizem os números

Segundo a Serasa Experian, o Brasil atingiu mais de 72 milhões de inadimplentes em 2025 — o maior número desde o início da série histórica. Em boa parte desses casos, o gatilho inicial foi justamente o empréstimo pessoal mal planejado.

O Banco Central do Brasil aponta que a taxa média do crédito pessoal não consignado ultrapassa 8% ao mês, enquanto o consignado gira em torno de 2,5%. A diferença ilustra o risco de buscar crédito emergencial sem comparar condições.

Os erros mais comuns ao fazer empréstimo

Muitos acreditam que basta assinar o contrato e esperar o dinheiro cair na conta. O problema é que quase ninguém calcula o Custo Efetivo Total (CET) — que inclui juros compostos, IOF e tarifas administrativas. Esse valor, somado, pode dobrar ou triplicar o custo real da dívida.

  • Negativação no Serasa Limpa Nome e protesto em cartório;
  • Bloqueio de valores em conta e cobranças judiciais;
  • Desorganização financeira contínua e perda de credibilidade no mercado.

O que a economia comportamental ensina sobre o endividamento

Não é apenas sobre números — é sobre comportamento. Dois ganhadores do Prêmio Nobel de Economia ajudam a entender por que tanta gente cai na armadilha do crédito fácil.

📘 Richard H. Thaler (Nobel, 2017) mostrou, em sua teoria da contabilidade mental, que as pessoas criam “caixinhas” psicológicas para o dinheiro. Guardam um valor na poupança “para emergências”, mas pegam um empréstimo caro para pagar contas do dia a dia. Essa desconexão emocional faz com que paguem juros altos enquanto mantêm recursos intocados por sentimento de segurança.

📘 Daniel Kahneman (Nobel, 2002) explicou que o ser humano tende a superestimar sua capacidade de pagar dívidas e subestimar os riscos. É o chamado viés do otimismo — a crença de que “dessa vez vai dar certo”. É esse padrão psicológico que empurra milhões de pessoas a contrair novos empréstimos sem ter quitado os antigos.

Em resumo, não é a falta de informação que afunda o endividado — é o excesso de confiança mal direcionada.

Empréstimo para negativado: risco dobrado

Se o seu nome está sujo, redobre o cuidado. O empréstimo para negativado tem juros altíssimos e é o setor com mais golpes registrados no Reclame Aqui.

  • Verifique se a empresa é registrada no Banco Central;
  • Desconfie de propostas com “aprovação garantida”;
  • Nunca pague taxa antecipada de liberação — é fraude.

Tipos de empréstimo: qual se encaixa na sua realidade?

Antes de pedir crédito, entenda os principais tipos e seus riscos:

Tipo Indicação Taxa média Risco principal
Empréstimo pessoal Renda fixa e necessidade imediata ~8% a.m. Endividamento rápido
Consignado INSS, servidores, CLT 2–3% a.m. Desconto direto na folha
Para negativado Público de alto risco 10–20% a.m. Golpes e juros impagáveis

Consulte o comparador de taxas do Banco Central antes de fechar contrato.

Fazer empréstimo para pagar outro? Pode ser armadilha

Pegar um novo crédito para quitar o antigo só vale a pena se a taxa for menor e o prazo couber no orçamento. Caso contrário, você entra no ciclo da dívida. Avalie a portabilidade de crédito — a transferência do contrato para outra instituição com juros menores — antes de decidir.

Leia também:
Como renegociar dívidas sem cair em ciladas.

Planejamento e alternativas

Antes de buscar crédito, faça perguntas diretas: posso vender algo? Tenho chance de gerar renda extra? Qual despesa posso cortar? Mesmo um empréstimo pequeno, de R$ 2.000, pode dobrar em 12 meses se for mal administrado.

Leia também:
Como controlar suas finanças do zero.

Reflexão final

Fazer empréstimo pode ser um alívio momentâneo, mas nunca deve ser o primeiro passo.
Como alertam Kahneman e Thaler, o erro não está em buscar crédito — está em acreditar que ele resolve o que o comportamento financeiro ainda repete. O crédito só vale a pena quando o endividamento deixa de ser padrão.

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