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Tesouro Prefixado com Juros Semestrais: vale a pena sacar ou reinvestir os juros?

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais vale a pena sacar ou reinvestir os juros
Resumo rápido
  • Pagamentos: a cada seis meses, o investidor recebe juros sobre o valor aplicado.
  • Reinvestir ou sacar: reinvestir aumenta o ganho composto; sacar gera renda imediata.
  • Tributação: IR regressivo sobre cada cupom e no resgate final.
  • Risco: o preço oscila com os juros do mercado; mantenha até o vencimento.
  • Perfil ideal: quem busca renda periódica ou quer montar uma carteira de cupons.

O Tesouro Prefixado com Juros Semestrais é a versão do título público que paga parte do rendimento a cada seis meses. Ele é ideal para quem deseja fluxo de renda periódico — mas também desperta a dúvida: vale a pena sacar ou reinvestir esses juros?
Neste guia, mostramos como funciona, quais são os impactos do reinvestimento e quando faz sentido escolher essa modalidade.

Se você ainda não leu o artigo sobre o Tesouro Prefixado tradicional, recomendamos começar por ele. E se quiser revisar o título de liquidez diária, veja também o Tesouro Selic, para entender como os três se complementam.

Como funciona o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais

Ao comprar esse título, você trava a taxa de juros na data da aplicação, exatamente como no Tesouro Prefixado tradicional. A diferença é que, a cada seis meses, o Tesouro deposita na sua conta os juros acumulados — chamados de cupons semestrais.

Esses pagamentos reduzem o valor que você receberá no vencimento, já que parte da rentabilidade é entregue antes. É como antecipar parcelas do rendimento ao longo do tempo, trocando potencial de juros compostos por fluxo de caixa.

Receber ou reinvestir: o que muda no resultado

Se o investidor saca os cupons semestrais, o dinheiro deixa de render juros sobre juros — e o retorno total é menor. Mas se ele reinveste cada cupom em um novo título (prefixado ou Selic), mantém o efeito dos juros compostos e aumenta o rendimento final.

Na prática, o reinvestimento é o ponto decisivo: ele transforma o título de renda periódica em um título de acumulação. É o que diferencia o investidor que busca renda daquele que busca crescimento patrimonial.

Custos, impostos e cuidados com o reinvestimento

Cada pagamento semestral sofre incidência do Imposto de Renda regressivo, iniciado em 22,5% e reduzido até 15% conforme o prazo. Isso significa que, se você reinveste o valor líquido do cupom, parte do ganho original já foi tributada — e o efeito composto se reduz ligeiramente.

Além disso, incide a taxa de custódia de 0,20% ao ano cobrada pela B3 sobre o total investido.
Não há IOF após 30 dias e, como todos os títulos públicos, ele não é coberto pelo FGC — o emissor é o próprio governo federal.

Simulação real — Tesouro Prefixado 2035

Quanto renderia R$ 1.000 se fosse resgatado após 1 ano

Investimento: R$ 1.000,00 em 26/10/2025 • Resgate: 26/10/2026 • Taxa contratada: 13,09% a.a.

  • Rentabilidade líquida anual: 10,39% a.a.
  • Cupons recebidos: R$ 52,41 (jan/2026) + R$ 44,92 (jul/2026)
  • Valor líquido total: R$ 1.095,83
  • Imposto de Renda: retido a cada pagamento e no resgate
  • Custódia: R$ 2,19 no período

Esse exemplo representa uma venda antecipada — o preço do título varia conforme os juros do mercado.
Se a Selic subir, o valor de venda cai; se cair, o preço sobe. Por isso, resgatar antes do vencimento pode reduzir (ou aumentar) o rendimento real.

Quanto renderia R$ 1.000 se fosse levado até o vencimento (2035)

Investimento: R$ 1.000,00 • Vencimento: 01/01/2035 • Taxa contratada: 13,71% a.a.

  • Valor bruto total (cupons + resgate): R$ 2.267,23
  • Imposto de Renda total: R$ 197,37
  • Taxa de custódia total: R$ 20,45
  • Valor líquido final: R$ 2.049,42
  • Rentabilidade líquida média anual: 12,16% a.a.

Fonte: Tesouro Direto (simulação oficial 2025, vencimento 01/01/2035).

Levar o título até o fim elimina o efeito da marcação a mercado e garante a taxa contratada.
Nesse caso, o investidor dobra o capital líquido ao longo de 10 anos, com renda semestral e previsibilidade total.

Comparativo com o Prefixado tradicional e o Tesouro Selic

O Prefixado com Juros Semestrais entrega renda periódica e previsível, mas exige disciplina se o objetivo for acumular.
O Prefixado tradicional, por outro lado, concentra tudo no vencimento — ideal para metas futuras.

  • Prefixado tradicional: maior rendimento composto se mantido até o fim.
  • Prefixado com juros semestrais: fluxo de caixa periódico, mas rendimento total menor se os cupons não forem reinvestidos.
  • Tesouro Selic: liquidez diária e menor oscilação, ideal para reserva.

Vale a pena investir?

Faz sentido para quem busca renda passiva previsível, como aposentados, autônomos ou quem quer testar o fluxo de juros do Tesouro Direto.
Para acumulação, o reinvestimento é indispensável — sem ele, o retorno real cai significativamente.

O cenário atual de Selic em 15% a.a. e inflação em torno de 4,8% mantém os prefixados atraentes, especialmente para quem consegue segurar o título por vários anos.

Perguntas frequentes

Posso perder dinheiro?

Sim, se vender antes do vencimento em cenário de alta de juros. Mantendo até o fim, recebe o valor acordado.

Os juros caem na conta automaticamente?

Sim, os cupons são pagos semestralmente na conta da corretora vinculada ao Tesouro Direto.

Como reinvestir os cupons?

Basta aplicar novamente o valor recebido em outro título Tesouro Direto, no mesmo dia ou nos seguintes. O reinvestimento mantém o poder dos juros compostos.

Tem FGC?

Não. O risco é soberano — do Tesouro Nacional, considerado o mais baixo do país.

Nota editorial — Guia de Economia Pessoal

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