Antes de falarmos sobre negociar dívidas, entendo o salário.
Eu conheço pessoas que recebem o salário e, em dez minutos, já não têm mais nada. Outras que até seguram trinta dias, mas chegam no fim do mês e não sabem nem onde o dinheiro foi parar. Que diferença você percebe entre elas? Nenhuma! Ambas dão sinais de que não existe controle. E sem controle, não existe liberdade.
Você sabe me dizer o que é o salário? Bom, na forma mais simples e curta, o salário é uma compensação em dinheiro do seu tempo e dedicação servidos a uma empresa ou pessoa. Correto?
Então o preço é alto demais se comparado ao seu salário. Pode ser assim mesmo, desde que você dê valor a cada segundo do seu tempo de vida. Pensando dessa forma, nenhum salário deverá servir para apagar incêndios o tempo todo. Ele representa o que você entregou de valor para a empresa, serve para promover o seu bem-estar, sua segurança e seu crescimento futuro. Quando você gasta sem planejamento, acaba financiando o lucro dos outros.
Antes de seguirmos, atente-se ao seguinte: antes de pensar em negociar dívidas, é preciso aprender a não criá-las de forma irresponsável. Dívida não é brinquedo. Quando você assume uma, está abrindo mão de uma parte do seu trabalho futuro para pagar algo que já passou. Por isso, é importante estar preparado financeiramente, e, principalmente, psicologicamente.
Negociação e renegociação: não confunda os dois
Pode ser tarde demais, se endividou e agora quer uma saída — então se liga nos detalhes:
Talvez você ache que é a mesma coisa, mas não é. Negociar dívidas é lidar com o problema pela primeira vez, buscando um acordo para encerrar a pendência. Já renegociar é tentar ajustar um acordo que você já tinha e que não está mais funcionando.
Não precisa se preocupar em decorar isso agora — mais à frente, vou te mostrar exatamente como fazer cada um desses processos do jeito certo. Mas entenda que confundir os dois é receita para prolongar um problema que poderia ser encerrado muito antes.
Errar é humano — repetir o erro é escolha
Olha, não é vergonha errar. Todo mundo já tomou decisões financeiras ruins. O problema é continuar tomando as mesmas.
Pagar só o mínimo do cartão de crédito “para não sujar o nome” é um exemplo clássico. Parece que você está no controle, mas a dívida está crescendo todos os meses, devorando seu futuro. Rolar a dívida de um mês para o outro, sem um plano claro, é caminhar para um ponto de onde é muito mais difícil voltar.
Acima citei a título de ilustração uma dívida de cartão de crédito, mas tem várias outras, bancárias, estudantis, financiamentos etc, são todas exemplos. Mas não vamos nos adentrar muito nisso agora.
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Se você se identificou, pare agora. Quanto antes assumir que o caminho atual não funciona, mais fácil é mudar.
O jogo da negociação: firmeza e cálculo
Negociar dívidas não é implorar. É colocar na mesa o que você pode pagar e ouvir o que o credor está disposto a aceitar. É um jogo de interesses, e você precisa jogar bem.
Use números, não promessas. Mostre que você quer resolver, mas que não vai se comprometer com algo que não pode cumprir.
Se puder pagar à vista, peça desconto alto. Se precisar parcelar, mantenha as parcelas em um valor que não destrua o restante do seu orçamento.
Dá uma vasculhada em casa e discuta com a família o que pode ser vendido ou alugado para juntar uma grana extra para ajudar a quitar a dívida. Adianto que dependendo do que você tiver e não impactar tanto na sua vida, essa sem dúvida, poderá ser sua opção mais vantajosa.
Serasa Limpa Nome e Feirão: oportunidade que exige cuidado
O Serasa Limpa Nome é uma ferramenta útil, e durante o Feirão Limpa Nome Serasa, os descontos podem ser enormes. Mas não feche acordo no impulso.
Antes de aceitar:
- Veja se a dívida será quitada definitivamente.
- Confirme todas as condições.
- Tenha o dinheiro para pagar.
Fechar um acordo que você não consegue cumprir só vai criar uma nova dívida e uma nova dor de cabeça.
Renegociar dívidas: quando mudar o acordo é necessário
Às vezes, o que você combinou no passado deixou de funcionar. Os juros são altos, a parcela está apertada demais, ou sua renda mudou. Nesse caso, renegociar é válido — desde que o objetivo seja melhorar as condições e não apenas ganhar um fôlego temporário.
Corte juros, elimine taxas desnecessárias e fuja de prazos que só aumentam o valor final.
O que não dizer para o credor
Tem coisas que enfraquecem sua posição. Evite frases como:
- “Pago qualquer valor que puder.”
- “Estou desesperado.”
- “Não sei quando vou pagar.”
Isso só entrega o controle da conversa para o outro lado. Fale com clareza, mantenha firmeza e mostre que está decidido a resolver.
Conheça e use seus direitos
Supondo que você está endividado e inadimplente, é certo que vão te cobrar. Mas você terá direito a ser tratado com respeito, a conhecer todos os detalhes da dívida e a questionar juros abusivos. Cobranças vexatórias são proibidas.
Saber disso muda a forma como você negocia. E negociar sabendo seus direitos aumenta muito a chance de sair com um acordo justo.
Evite cair na mesma armadilha depois de quitar
Negociar ou renegociar dívidas resolve o problema de hoje, mas o de amanhã… esse só se resolve mudando os seus hábitos. E é aqui que muita gente falha. Quitam a dívida, respiram aliviados e, em poucos meses, estão no mesmo buraco. Sabe por quê? Porque voltaram a viver como antes.
Existe disciplina. E disciplina não é um peso, é uma proteção.
Cortar excessos não significa viver mal, significa escolher o que realmente vale a pena manter. Guardar parte do que você ganha não é se privar, é se preparar para quando a vida apertar. Planejar antes de comprar não é perder tempo, é garantir que aquela compra não vai se transformar em arrependimento no próximo extrato.
E vou te falar algo que muita gente não percebe: a verdadeira liberdade financeira não está em pagar todas as dívidas, mas em não se prender de novo. Porque dívida não é só um número no papel, é um compromisso que ocupa espaço na sua mente, tira seu sono e rouba sua paz.
Se você quer que a sua vida mude de verdade, precisa se comprometer com um jeito novo de lidar com dinheiro. Não adianta querer resultado diferente repetindo os mesmos hábitos.
E sim, no começo é desconfortável. Você vai deixar de comprar algumas coisas que gostaria, vai dizer “não” quando todos à sua volta estão dizendo “sim”. Mas é esse desconforto que vai te dar a tranquilidade de amanhã.
A dívida é como uma febre alta: você até pode tomar um remédio para baixar na hora, mas se não tratar a causa, ela volta. O seu objetivo não é só baixar a febre — é curar a doença. E a cura, no caso das finanças, se chama consciência e constância.
Chegou a hora de assumir o controle
Quite suas dívidas seja negociando à vista ou parcelando, mas se não puder, que seja renegociando mesmo. O importante é pagar numa condição que fique boa para você. Negociar dívidas é mais do que fechar um acordo. É assumir o controle sobre sua vida financeira.
Quando você entende que o salário é a sua principal ferramenta de segurança e crescimento, começa a usá-lo com consciência. E quando essa consciência guia suas decisões, as dívidas deixam de ser uma prisão e passam a ser apenas uma página virada da sua história.
Espero que tenha aprendido muito. Foi tudo pensado em ajudar, portanto se eu consegui de alguma forma te fez pensar um pouco mais diferente, compartilhe isso com alguém que precisa. Agradeço por sua leitura e nos vemos no próximo artigo.